As cadeiras de piloto de centenas de aviões Boeing 787 vão ser inspecionadas, depois de um incidente ocorrido em março num voo da companhia chilena Latam, durante o qual a aeronave perdeu subitamente altitude, anunciou o regulador americano.
O bizarro caso, que aconteceu A 13 de março, resultou em ferimentos de pelo menos 50 passageiros e membros da tripulação. Investigações sobre o que levou a essa queda brusca rapidamente começaram a focar-se num interruptor localizado na parte de trás do assento do comandante, que a assistente de bordo acidentalmente pressionou enquanto servia uma refeição ao piloto.
Esse interruptor, exclusivo do 787 Dreamliner da Boeing, permite que os tripulantes movam o assento do piloto para frente ou para trás em caso de emergência médica. O interruptor possui uma capa protetora projetada para evitar movimentos acidentais.
Entretanto, foi constatado que a capa protetora estava danificada. Quando a assistente de bordo se apoiou sobre a capa, ela pressionou o interruptor, que ficou preso na posição, fazendo com que o assento do piloto se movesse em direção aos controles de voo. Incapaz de impedir o avanço do assento, o comandante empurrou o manche, o que desconectou o piloto automático e provocou uma descida rápida da aeronave.
O incidente causou ferimentos em meia centena de passageiros e aconteceu após uma série de avarias em aviões da Boeing, que levantaram dúvidas sobre os controlos de qualidade da fabricante norte-americana de aeronaves.
Os passageiros cujos cintos de segurança não estavam colocados foram projetados para o teto depois de o avião ter perdido altitude repentinamente.
A situação só foi controlada quando o primeiro oficial assumiu o comando, mas não antes de vários passageiros e membros da tripulação sofrerem ferimentos.
Além do incidente da LATAM, a FAA descobriu que danos semelhantes na capa do interruptor foram identificados em várias outras aeronaves 787, levando a ocorrências de movimentos indesejados dos assentos. Na verdade, a última ocorrência registrada pela fabricante, a Boeing, foi em junho, mesmo após a companhia ter enviado um alerta mundial aos operadores do Dreamliner sobre problemas potenciais com o interruptor de movimento do assento.
O regulador norte-americano da aviação civil solicitou as inspeções após um relatório que dava conta de um “movimento descontrolado para a frente do assento do comandante que resultou numa descida rápida”, de acordo com um comunicado.
Cerca de 158 aviões registados nos Estados Unidos e 737 no resto do mundo serão abrangidos pela diretiva do regulador.
Desde o incidente, quatro outros casos de “movimentos descontrolados” das cadeiras de pilotos ou copilotos foram reportados pela Boeing ao regulador, sendo que em três situações as alavancas de ajuste do assento estavam demasiado folgadas.
Justificando as inspeções, o regulador da aviação civil dos Estados Unidos assinala que um “movimento involuntário e prolongado do assento” pode resultar numa manipulação “involuntária e abrupta dos comandos de voo, que poderá provocar uma descida rápida do avião e ferir gravemente passageiros e a tripulação de cabina”.
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